segunda-feira, 23 de maio de 2011

The End

E como tudo que é bom, a minha aventura pelo Canadá acabou.

O sábado (21/05) amanheceu nublado e chuvoso em Vancouver e eu não consegui me despedir da minha querida Grouse Montain. Acho que ela é como eu e não gosta de despedidas.

Passei bem pelo desafio de chamar um táxi por telefone (estava sozinha em casa e com medo de não me fazer entender) e fui para o aeroporto. Passei o caminho todo me despedindo dos pontos da cidade que fizeram parte da minha durante esses dias, a Lions Bridge, o Harbor Centre, a Georgia Street, a Grandville, enfim, de tudo. Sabia que estava deixando ali uma vida diferente, tranquila, cheia de coisas e amigos novos.

Mas, sabia também que estava voltando para a vida real, para a família e os amigos de sempre, e isso me confortava muito. Pois, como disse uma amiga recentemente, "é muito bom viajar, mas, é melhor ainda voltar para casa!"

A última foto em Vancouver

Nos aeroportos, de Vancouver e Toronto, tudo de certo. E, depois de umas 20 horas em trânsito, cheguei em São Paulo. Estava cansada, mas, fui almoçar com a família. Foi uma delícia! A minha avó preparou uma de suas especialidades: feijoada. Imaginem como eu fiquei feliz depois de 20 dias sem comer feijão...

Pois bem, nessa viagem conheci e aprendi muita coisa, como vocês acompanharam, e vivenciei uma das melhores experiências da minha vida.

Por isso, antes de terminar, preciso agradecer a pessoa que me deu todas as dicas, que me indicou a homestay, que foi comigo comprar o pacote, que desenhou (literalmente!) o ponto do ônibus que eu tinha que pegar e só não foi comigo porque não pôde, a minha querida amiga Melissa Fernández:

Melita, super obrigada, amiga!
  
Por fim, como aconselha a música do brasileiríssimo Zeca Pagodinho, eu deixei a vida me levar, e termino esse blog feliz e agradecendo por TUDO que Deus me deu!

sábado, 21 de maio de 2011

Apresentando.... Os personagens dessa história

Não dá para terminar esse blog sem apresentá-los aos personagens que fizeram parte desses 20 dias de viagem:

Minha querida companheira de todas as aventuras, Priscila Sene.


A gaúcha Dani Vanzin, minha parceira na escola, minha primeira guia em Vancouver, pois ela tinha uma larga experiência de 3 dias a mais que eu na cidade:

  
Essas moças foram minhas verdadeiras amigas, meus apoios durante todo o tempo. Meninas, adoro vocês de coração! Vamos manter contato!

Pra finalizar, a minha turminha multinacional da escola:


Os últimos momentos em Vancouver

Meus últimos 3 dias foram muito intensos, como já tinha adiantado por aqui. Na quarta, dia 18, fui a um outlet. Embora minha viagem não tenha tido esse objetivo, não podia voltar para casa sem passar por pelo menos um outlet, concordam? Bom, foi legal, mas, fiquem tranquilos não fiz nenhum estrago. Fui comedida... risos.

Na quinta, meu último dia com a Pri Sene (minha super companheira de viagem!), pois, na sexta ela viajava para a Rocky Montain com sua escola, fiz o meu último passeio. Um dos mais legais que já fiz na vida. Voei de Seaplain (aqueles aviõezinhos pequenos - tipo teco teco) que pousa e aterrisa sobre mar.

Fizemos um vôo panorâmico sobre Vancouver. Foi demais! Tirei poucas fotos lá do alto, pois, o legal é registrar o momento e o movimento, então, filmei muito mais e, unfortunetly, os vídeos ficaram muito pesados e eu não consigo publicá-los aqui.

Mas, vejam se dá pra ter uma idéia:

 Olha o aviãozinho pequenininho lá no fundo! O frio na barriga começou nesse momento
 
Passando por um farol...

 Vancouver e montanhas, muitas montanhas...

Amazing! Uma experiência muito bacana fechar o meu tempo em Vancouver.

Ontem foi meu último dia na escola. Achei que simplesmente daria tchau para as pessoas e pronto. Mas, não foi  bem assim...

Três koreamos, o David, a Bora e a Ky An,  por incrível que pareça, me fizeram chorar. Eles me esperaram arrumar as minhas coisas e todos saírem da sala. Então, ficaram um do lado do outro e me falaram tchau em português (perguntaram antes pra Dani como se falava) e em koreano, fazendo aquela reverência com o corpo e as mãos. Achei de uma gentileza tão grande que acabei chorando na frente deles mesmo... risos...  Não lido bem com despedidas... Quem me conhece sabe disso.

Depois da aula saí para comprar as últimas coisinhas que eu queria e fui para casa arrumar as coisas.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Percepções - última parte - Engajamento

Pra terminar a  minha minissérie de macro percepções sobre esse País tão especial que é o Canadá, vou falar da minha admiração pelo engajamento do povo daqui.

A primeira coisa que me chamou atenção nesse sentido foi a bonita relação que o morador de Vancouver tem com o Canucks, o time de hóquei da cidade.

Quando cheguei não entendia porque todos os ônibus da cidade tinham a frase: "Go Canucks! Go Canucks" em seus letreiros, além dos nomes dos destinos. Depois de algum tempo, minha host mother me explicou que aqui em Vancouver todos os moradores torcem para o mesmo time e que a rivalidade existe apenas entre cidades. De fato, quando há jogo, tudo pára, tipo Copa do Mundo pra nós, brasileiros. E isso é tão bacana e mexe tão positivamente com as pessoas que até eu, apesar de achar hoquei muito agressivo, tornei-me uma torcedora do Canucks.

Só para ilustrar, olha só como ficam os ônibus em dia de jogo: embalados de Canucks

Outra evidencia do engajamento é uma campanha de uma fundação de combate ao câncer, representada por um broche em formato de flor. Acredite ou não, homens e mulheres aderiram e usam diariamente, bem à mostra, sem nenhum preconceito ou pudor a seguinte florzinha:

Por fim, na semana passada, um cãozinho foi capturado por uma águia e jogado de muitos metros de altura. Felizmente, o pobre animal sobreviveu, mas, a cidade toda (talvez o País) ficou comovido com a situação e muitas pessoas se candidataram a adotar o cachorrinho.

Essas três situações demonstram que o canadense, além dos problemas pessoais, encontra tempo para de dedicar, ou ajudar algumas causas.

Alguns podem encarar isso como perda de tempo, mas, não é. Para mim, isso que eles fazem é dar exemplo o tempo todo para as gerações futuras e, assim, garantir a continuidade dessa atmosfera positiva que paira por aqui por muitos e muitos anos.  

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Percepções - 3a parte - Comida

Comida por aqui é, de fato, coisa sagrada como sempre disse minha. Tanto na minha casa, quanto nas casas das minhas amigas, ninguém deixa comida sobrando no prato. Eles se servem váras vezes, mas, não jogam comida fora.

Aqui em casa, as porções, em geral, dão certinho para a refeição. Percebendo isso logo que cheguei, me policiei para não deixar sobrar também, e não deixei. Acho que essa postura faz parte dos valores do povo e, também existe por conta do preço das coisas. É muito caro comer em Vancouver. Qualquer pedaço "mequetrefo" de pizza, acompanhado de um refrigerante custa 5 dólares canadenses, o equivalente a uns R$ 10,00.

Além disso, os hábitos alimentares deles são diferentes do nosso. Aqui se costuma almoçar um lanchinho ou uma salada (levados de casa) em qualquer canto da rua, sentado ou andando mesmo. Muito diferente. Eles valorizam bastante o jantar. Então, não há demanda para restaurantes tipo quilo ou self-service na hora do almoço e eles não existem, pelo menos não encontrei nenhum de comida quente. Só encontrei "quilo" de saladas e frutas.

Esse é outro ponto que quero destacar. Essa maneira de fazer as refeições acaba sendo mais saudável, pois, eles não ficam dependentes de fast food.

Lógico estou sentindo muuuuita falta do Brasil. Tô morrendo de saudade da comida do meu marido, da minha mãe e da minha avó, mas achei bem bacana essa maneira diferente de me alimentar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Percepções - 2a parte - Acessibilidade em Vancouver

Uma coisa diferente, aqui de Vancouver, que vale a pena comentar, é o respeito com que as pessoas com  deficiência são tratadas. Todas, absolutamente, todas as calçadas são acessíveis. Além disso, o transporte público é preparado para receber cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção.  E não é uma coisa fake, para ser politicamente correto, é pra valer!

Aqui os cadeirantes e os idosos, com o seu andador, estão por todas as partes. Eles não estão confinados dentro de casa, como em outros lugares do mundo (pra não ser tão específica).

 Hoje mesmo, indo para a escola, presenciei uma cena inédita para mim. O onibus parou para uma cadeirante entrar. Nesse momento, todos que estão no veículo se movimentam para facilitar as coisas. O motorista sai do seu lugar e vai organizar a situação. Depois, ele coloca o cinto de segurança na moça e pergunta em que ponto a pessoa vai descer, para que ela não tenha a preocupação de dar o sinal. E, na hora de sair, mesma coisa. O motorista para o ônibus, sai do seu lugar, tira o cinto de segurança e ajuda a pessoa a desembarcar.

Isso tudo aconteceu hoje, às 8h45 da manhã. Hora do rush aqui. E durou bem uns 10 minutos. E você pensa que alguém fez cara feia, reclamou, olhou no relógio com pressa? Nada... As pessoas continuaram conversando normalmente.

Para mim foi enriquecedor presenciar um momento de tanto respeito com o outro. Esse é outro aprendizado que vai na bagagem para o Brasil.

Percepcoes - 1a parte - A relacao do Canadense com o trabalho

A relacao do Canadense com o trabalho e algo que me impressionou. Eles nao sao competitivos e agressivos nesse quesito. Pelo que entendi a carga horaria e de 7 horas, com horario de almoco e hora extra e algo que se faz nuito pouco.

As 5h da tarde os campos e quadras comunitarios (todo bairro tem um) ja estao lotados de pais e filhos se divertindo.

Ate o comercio, por incrivel que pareca, fecha as 6h, acreditam (interrogacao) Essa foi a parte que mais me espantou. Isso porque eles acreditam que ha mais coisa para se fazer da vida alem de trabalho, e como se fosse um valor. E olha que aqui e frio e chove pra caramba!

Esse e, sem duvida, um otimo aprendizado para levar na mala comigo.